Até pouco
tempo atrás, o papel da alimentação natural integral era pouco conhecido pelos
profissionais da saúde. Ela era vista como parte de uma filosofia de vida
adotada principalmente por públicos “altenativos”, como os famosos
“naturalistas”. Mas na verdade, faltavam apenas estudos científicos que
comprovassem a sua eficácia para a saúde humana.
Hoje em dia,
com o avanço da ciência da Nutrição, já existem diversos estudos conclusivos
sobre o assunto. A alimentação natural deixa de ser vista como uma “alternativa
saudável” simplesmente, e ganha seu espaço ao ser reconhecida como uma
“peça-chave para melhorar e manter a saúde”.
O
que é alimentação natural integral?
Primeiramente, é necessário entender
o que é um alimento natural e integral. É aquele minimamente processado, mais
próximo de sua origem, isento de aditivos químicos intencionais (corantes
artificiais, conservantes, espessantes, aromatizantes, entre outros). Ele
mantém praticamente intactas suas principais camadas, que por sua vez, têm
funções específicas, tanto para o alimento, quanto para uma dieta equilibrada.
No caso dos grãos naturais integrais
por exemplo (Figura1), eles preservam não apenas a camada interna (endosperma,
onde estão os carboidratos, proteínas e alguns micronutrientes do grão), mas
também o farelo e o gérmen, onde se concentram as vitaminas, minerais e outros
nutrientes pouco encontrados nos produtos refinados (1, 2).
Figura 1. Grão integral e suas principais partes: endosperma, gérmen e farelo.
Desta forma, a alimentação natural
integral é baseada em alimentos mais próximos de sua natureza, que preservam o
equilíbrio original dos nutrientes e das substâncias bioativas.
Também é importante reforçar que os
alimentos naturais integrais também não têm aditivos intencionais como os
popularmente chamados de “fortificantes”, usados principalmente para adicionar
vitaminas e/ou minerais no produto. Estudos mostram que esses aditivos
intencionais podem diminuir a biodisponibilidade da vitamina ou do mineral
utilizado para “fortificar” o produto em comparação com o mesmo nutriente
presente naturalmente no alimento. Outra característica comum desses aditivos é
a de dificultar a absorção de outros nutrientes, como é o caso de alguns
produtos “fortificados” com ferro por exemplo, que podem diminuir a absorção de
zinco pelo organismo (3, 4).
Efeitos da alimentação natural integral na saúde humana
Um estudo publicado pelo American
Journal of Clinical Nutrition (2008) mostrou que os alimentos integrais podem
favorecer, não apenas a perda de peso (5) (que também acontece no caso de
tratamentos com dietas hipocalóricas em geral), mas favorecem especificamente a
perda de gordura na região abdominal (6). Vale lembrar que a gordura localizada
na região abdominal é responsável pela produção de substâncias
pró-inflamatórias, que aumentam o risco de problemas como o diabetes do tipo 2
(diabetes mellitus), doenças cardiovasculares, etc) (7).
Além desses efeitos, os alimentos naturais integrais também ajudam a tratar e prevenir problemas como (1, 8, 9, 10):
- hipertensão
- obesidade,
- osteoporose,
- problemas respiratórios,
- alguns tipos de câncer, etc.
Além desses efeitos, os alimentos naturais integrais também ajudam a tratar e prevenir problemas como (1, 8, 9, 10):
- hipertensão
- obesidade,
- osteoporose,
- problemas respiratórios,
- alguns tipos de câncer, etc.
Conclusão
Estudos mais recentes mostram que os alimentos naturais
integrais são os que melhor preservam as fibras, vitaminas, minerais e
substâncias bioativas originais do alimento, além da vantagem de não conterem
têm aditivos químicos intencionais. Eles
sãofundamentais
na prevenção e no tratamento de diversas doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão,
osteoporose, certos tipos de câncer, entre outras cada vez mais comuns na
população mundial dos dias de hoje, que ainda tem hábitos de saúde inadequados.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
1. MUNTER, J. S. L. e col. Whole grain, bran, and germ intake and risk of type 2 diabetes: a prospective cohort study and systematic review. Plos Med, v. 4, n.8, p. 1385-1395, 2007.
2. KATCHER, H. I. The effects of a whole grain-enriched hypocaloric diet on cardiovascular disease risk factors in men and women with metabolic syndrome. Am J Clin Nutr, v. 87, p. 79-90, 2008.
3. LOBO, A. S. ; TRAMONTE, V. L. C. Efeitos da suplementação e da fortificação de alimentos sobre a biodisponibilidade de minerais. Rev Nutr, v. 17, n.1, p.107-113, 2004.
4. PEDROSA, L. F. C.; COZZOLINO, S. M. F. Efeito da suplementação com ferro na biodisponibilidade de zinco em uma dieta regional do nordeste do Brasil. Rev. Saúde Pública, v. 27, n. 4, p.266-270, 1993.
5. MELANSON, K.J. Consumption of whole-grain cereals during the weight loss: effects on dietary quality, dietary fiber, magnesium, vit-B6, and obesity. J Am Diet Assoc, v. 106, p. 1380-1388, 2006.
6. KATCHER, H. I. The effects of a whole grain-enriched hypocaloric diet on cardiovascular disease risk factors in men and women with metabolic syndrome. Am J Clin Nutr, v. 87, p. 79-90, 2008.
7. PARK, Y e col. Are dual-energy X-ray absorptiometry regional estimates associated with visceral adipose tissue mass? Int J Obes, v. 26, p. 978-83, 2002.
8. DONALDSON, M.S. Nutrition and cancer: A review of evidence for an anti-cancer diet. Nutr J, v. 3, n. 19, p. 1-21, 2004.
9. ANAND, P e col. Cancer is a preventable disease that requires major lifestyle changes. Pharm Res, v. 25, n.9, p. 2097-2116, 2008.
10. ADA (American Diabetes Association). Nutrition recommendations and interventions for diabetes: a position statement of the American Diabetes Association. Diabetes Care, v. 31, p. 61-78, 2008.
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